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 | 28/11/2008 03h54min

"Não saí mais de casa", diz gaúcha que mora em Mumbai

Ataques recentes mataram pelo menos 125 na cidade

A modelo gaúcha Andressa Esteves, 22 anos, trabalha e mora em Mumbai há 10 meses. Na quarta-feira, horas antes dos atentados, esteve em dois dos pontos onde extremistas abriram fogo contra estrangeiros.

Com passagem marcada para passar as férias com a família, em Venâncio Aires, ela contou como está a rotina na cidade indiana. Confira a entrevista:

Zero Hora — Onde você estava no momento dos ataques?
Andressa Esteves
 — Estava em casa e não saí mais depois disso. Na verdade, todo mundo está avisando a gente para não sair. A área em que estou não é tão perigosa, porque é mais afastada do local dos ataques. Mas a gente está de sobreaviso, dentro de casa, principalmente porque eles estão matando estrangeiros. Eu não botei o pé para fora, mas alguns amigos meus saíram.

ZH — Como você ficou sabendo dos atentados?
Andressa
 — Eu liguei para um amigo, que tinha ficado de vir na minha casa, para ver onde ele estava. Ele atendeu o telefone todo nervoso e disse: “Espera aí que eu já te ligo de volta, porque está tendo um tiroteio por aqui”. Eu falei: “Como assim?”. Meu amigo respondeu que uma menina chegou chorando, dizendo que tinha um tiroteio perto do bar em que eles estavam. Os dois tiveram de ficar dentro do bar por umas duas horas, até acalmar a situação. Aí começamos a acompanhar pela televisão.

ZH — A área dos ataques costuma ter muitos estrangeiros?
Andressa
 — O Taj Mahal (um dos hotéis atacados) fica em frente a um dos maiores pontos turísticos, o Portão da Índia. Todo visitante que vem para Mumbai passa por lá. Tem muito estrangeiro, muita loja, então a gente sempre vai lá comprar. Eu fui ao Taj na quarta de tarde. A gente passou no hotel, eles olharam a bolsa, como de costume, antes de a gente entrar. Mas estava tudo tranqüilo. Eu almocei por volta das 15h no Leopold (outro alvo), e também estava tudo tranqüilo.

ZH — Como foi o contato com a família aqui no Brasil?
Andressa
 — Eu liguei para a minha mãe na quarta à noite e conversei com ela normalmente, até nem comentei muito porque não queria assustar. É complicado falar para a mãe da gente: tão atirando uma bomba aqui. Na verdade, eu nem sabia ainda que era tão grave. Mas depois ela me ligou, porque começou a ver o assunto no noticiário brasileiro. Eu expliquei que a gente estava em casa, que estava tranqüilo.

ZH — Muda alguma coisa na rotina de Mumbai a partir de agora?
Andressa
 — Com certeza, pelas próximas semanas a segurança deve ser reforçada. Acho que vão passar a revistar mais, pedir passaporte. As pessoas ficam meio assustadas, acho que vai mudar bastante.

Perplexidade e medo nas ruas de Mumbai

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